Vibe Dating: Porque Agora Namorar é Basicamente Ler Auras Românticas

Esqueça planear o futuro, discutir valores ou sequer verificar se a pessoa sabe separar o lixo. A nova tendência do momento – vibe dating – diz que tudo o que precisa num relacionamento é… sentir o vibe. Mas atenção: esta moda pode ser tão volátil quanto uma playlist de lo-fi às três da manhã.

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Se está prestes a ir a um primeiro encontro, respire fundo: o mundo já não espera que procure compatibilidade, projetos de vida ou maturidade emocional. Agora basta “vibrar”. Sim, vibe dating é o nome da nova tendência que promete resolver todos os seus problemas amorosos — ou então criar outros completamente novos.

De forma simples, vibe dating consiste em conhecer alguém e decidir se vale a pena continuar apenas com base na “energia” que essa pessoa emite. Nada de pensar demasiado, nada de explorar detalhes importantes como “queres ter filhos?” ou “tens alergia a gatos?”. O lema é: se deu clique, ótimo; se não deu, boa sorte para o próximo match.

Para Melissa Fabello, PhD e especialista em relações, isto nem é assim tão revolucionário. “Basear a atração na energia não é novo — é biológico”, explica a especialista, lembrando que o nosso “detetor de química” já funcionava muito antes das apps de namoro. O problema? Bem… confiar apenas nele pode ser como montar um móvel do IKEA sem instruções: parece fácil até descobrir que falta um parafuso importante.

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Fabello avisa ainda que “uma faísca pode indicar compatibilidade sexual, mas nem sempre é um sinal de segurança emocional ou de sucesso a longo prazo”. Ou seja, aquela faísca inicial pode ser paixão… ou apenas disfunção emocional camuflada de adrenalina.

Angelika Koch, outra voz da sabedoria romântica moderna, concorda. Para ela, “mesmo narcisistas podem parecer ter ‘boas vibes’ ao início”, o que, convenhamos, explica várias histórias de terror amoroso que ouvimos nos brunches de domingo. Koch também reforça que trauma e padrões emocionais podem distorcer o nosso radar interno — uma vibe familiar nem sempre é uma vibe saudável.

Isto não significa que o vibe dating seja um vilão absoluto. Sentir-se confortável com alguém é importante. Sentir entusiasmo também. Mas, se basear toda a sua vida amorosa nisso… boa sorte quando for discutir quem fica com o comando da televisão.

No fim, os especialistas sugerem uma abordagem equilibrada — nem só vibração, nem só Excel com critérios de seleção. “Acho que é importante ter uma abordagem dupla ao namoro: esta pessoa deixa-me entusiasmada? E esta pessoa faz sentido no papel?”, aconselha Fabello. “Se tiveres uma coisa mas não a outra, é pouco provável que a relação dure a longo prazo. Mas quando tens ambas — uma relação baseada na química e na compatibilidade — isso é um ótimo sinal!”

Portanto, na próxima vez que estiver num date, aprecie a vibe, sim — mas não se esqueça de confirmar se a pessoa sabe pelo menos pagar contas, ter empatia e não desaparecer durante três dias porque “sentiu outra energia”.

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No romance, como em tudo na vida, vibes são ótimas… mas compatibilidade salva vidas. E relacionamentos.