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A FLOR QUE CHEIRA A MORTE: O FENÓMENO DA “CORPSE FLOWER” EM SYDNEY

🌺 Prepare o nariz (e talvez o estômago)! Em Sydney, na Austrália, milhares de curiosos enfrentaram longas filas para testemunhar a raríssima floração da famosa corpse flower, ou amorfofalus titanum. Esta planta tropical, originária de Sumatra, na Indonésia, é mundialmente conhecida pelo seu aroma peculiar — um perfume que muitos descrevem como carne podre ou comida em decomposição. Não é propriamente Chanel Nº 5.

Um Espetáculo Fétido e Fascinante

Apelidada de Putricia (uma junção divertida de “putrefação” e “Patrícia”), esta flor tornou-se uma verdadeira estrela. Desde que chegou ao Jardim Botânico Real de Sydney há sete anos, foi aguardada com grande expectativa pelos botânicos e pelo público. Afinal, a floração desta planta extraordinária acontece apenas uma vez a cada 7 a 10 anos, e dura míseros 1 a 3 dias.

Quando começou a abrir na quinta-feira, Putricia já tinha atingido 1,6 metros de altura, um feito impressionante para um espécime que, em dezembro, media apenas 25 centímetros. Durante uma semana, a flor foi exibida como uma diva num cenário gótico, com uma cortina roxa e vapores de humidificadores, atraindo mais de 20 mil visitantes.

Perfume de Carne Podre ou Meias Suadas?

A fama da corpse flower deve-se ao seu odor “único”. Os sortudos (ou azarados) que conseguiram sentir o aroma descreveram-no como uma mistura de carne em decomposição, comida podre, meias transpiradas e, para alguns narizes mais poéticos, um toque de alho.

Segundo Sophie Daniel, porta-voz do jardim e designer do cenário de Putricia, houve até discussões sobre distribuir sacos de vómito aos visitantes. “Felizmente, não foi necessário,” garantiu, acrescentando que ninguém saiu fisicamente abalado pela experiência… embora algumas narinas possam discordar.

Por Que É Tão Rara?

A floração da amorfofalus titanum é um evento raro e complicado. Para florescer, a planta precisa de condições muito específicas e muita paciência — afinal, pode demorar até uma década para chegar a este momento glorioso e malcheiroso. Quando finalmente abre, há uma corrida contra o tempo: a planta tem apenas poucos dias para atrair insetos polinizadores, pois não pode autopolinizar-se.

Além disso, a corpse flower enfrenta o risco de extinção. Classificada como ameaçada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a planta é nativa apenas da ilha de Sumatra, onde a destruição do habitat ameaça a sua sobrevivência.

Putricia: Uma Estrela do Mundo Digital

Putricia não é apenas um sucesso presencial; também conquistou as redes sociais. Uma transmissão ao vivo do Jardim Botânico acumulou quase um milhão de visualizações nos dias que antecederam a sua floração. Afinal, não é todos os dias que se pode admirar (e talvez tapar o nariz para) um fenómeno tão raro sem sair de casa.

Para os visitantes, o espetáculo é mais do que um cheiro desagradável. É um lembrete da incrível diversidade e fragilidade do nosso planeta, encapsulada numa planta que é, simultaneamente, bela e grotesca.

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