Bizarrices
O Filho que se Vestiu de Mãe (Literalmente) para Continuar a Receber a Reforma
Há golpes, há esquemas, e depois há este… um enredo tão surreal que faria a própria Dona Dolores levantar as sobrancelhas. Em Itália, um homem de 57 anos decidiu levar o conceito de “continuar a honrar a mãe” a um patamar que ninguém pediu: passou três anos a fingir que a progenitora ainda estava viva — incluindo vestir-se como ela — para continuar a receber a reforma. Sim, isto aconteceu mesmo. Não, não é um sketch de comédia. E sim, envolve perucas, base, verniz e uma criatividade que merecia, no mínimo, um prémio de Melhor Actor em Drama Socialmente Reprovável.
O caso deu-se em Borgo Virgilio, perto de Mântua, onde Graziella Dall’Oglio, de 82 anos, terá morrido de causas naturais. O filho, cujo nome os jornais italianos optaram por não divulgar (provavelmente para evitar que o homem seja reconhecido na fila da padaria), decidiu que declarar o óbito ia estragar-lhe os planos financeiros. Assim, em vez de tratar das formalidades, tratou de… preservar o corpo da mãe em casa. E não de forma metafórica. A polícia encontrou o cadáver mumificado dentro de um armário, embrulhado em dois sacos-cama. Se isto não lhe dá arrepios, nada dará.
Durante três anos, ninguém desconfiou. O dinheiro entrava, as contas faziam-se, e a vida seguia — até que surgiu um problema logístico inesperado: o cartão de cidadão da mãe expirou. Em Itália, os documentos têm de ser renovados presencialmente pelo titular, o que, para alguém falecido, é claramente um desafio. Mas o nosso protagonista recusou-se a aceitar um “não” como resposta. Inspirou-se em Mrs. Doubtfire, mas em versão tragédia: peruca, maquilhagem, roupa de senhora, bijutaria e até verniz nas unhas. O detalhe mais fatal? Os pelos escuros na nuca, nas mãos e no queixo, que denunciaram que aquela “senhora idosa” talvez tivesse um problema sério de testosterona.
As câmaras de vigilância registaram toda a viagem do farsante, incluindo a chegada ao edifício público — detalhe curioso, já que Graziella não sabia conduzir. Os funcionários do registo civil, desconfiados do look meio avó, meio motard, chamaram as autoridades, que rapidamente desfizeram o disfarce e descobriram o esquema.
Quando a polícia entrou na casa do homem, encontrou não só o corpo mumificado de Graziella, mas também a confirmação de que ele arrecadava cerca de 53.000 euros anuais, somando a reforma ilegal à renda de três imóveis da família. Agora, enfrenta acusações de fraude, ocultação de cadáver e possivelmente também de crimes contra a moda, porque a peruca, diga-se, não estava a convencer ninguém.
No fundo, esta história deixa uma moral simples: se a vida fosse uma telenovela italiana, este homem seria despedido por exagero no guião.