Mundo Loco!
“A Palavra do Ano 2025 FOI REVELADA… e Vai Fazer Muita Gente Ficar Furiosa (Ironicamente!)”
Se achavas que já tinhas ouvido tudo no que toca à criatividade linguística da internet, prepara-te: a Oxford University Press decidiu que a Palavra do Ano 2025 é… rage bait. Sim, leste bem — e sim, os teus níveis de irritação podem estar activados só de ouvir a expressão. Ironia do destino? Com toda a certeza.
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Depois do clássico moderno brain rot ter vencido no ano passado (e ter deixado muita gente a questionar se já não estaria com o cérebro estilo gelatina), chega agora este novo campeão. Rage bait descreve aquele tipo muito particular de publicação online feita com o objectivo de te deixar indignado, a bufar de raiva e, claro, a carregar no like, no comentário e no partilhar enquanto dizemos “mas que disparate!”. É o conteúdo que se alimenta da tua fúria… e que faz os algoritmos dançar um vira.
Segundo os senhores respeitáveis do Oxford English Dictionary, rage bait é um substantivo. E sim, embora sejam duas palavras, eles garantem que é uma expressão composta, hifenizada, tudo muito certinho. Nós aceitamos — afinal, a vida já é curta demais para discutir gramática quando temos a internet inteira a tentar irritar-nos.
Casper Grathwohl, presidente da Oxford Languages, explica que o termo mostra o quanto estamos mais conscientes das “tácticas de manipulação emocional” online. Tradução: já percebemos que alguém, algures, está a fazer dinheiro sempre que ficamos irritados com um vídeo mal filmado, um título enganador ou aquele primo distante que insiste em publicar teorias da conspiração.
E há mais: segundo o próprio Grathwohl, o mundo digital passou de tentar captar a nossa curiosidade para tentar capturar as nossas emoções — e levá-las ao limite. Daí esta escolha parecer uma continuação natural das nossas ansiedades tecnológicas e do eterno debate “é o algoritmo que nos manipula ou somos nós que o alimentamos?”. Spoiler: provavelmente ambos.
Como tradição, a Oxford partilhou também as suas escolhas anteriores — desde 😂 (sim, um emoji foi palavra do ano), passando por toxic, post-truth, goblin mode, rizz e brain rot. Uma viagem tranquila e nada desesperante pelo estado mental colectivo da humanidade na última década.
Este ano, rage bait venceu duas outras expressões igualmente digitais e fresquinhas:
- Aura farming – a arte de cultivar uma imagem tão misteriosa e cool que até pareces ter poderes mágicos no TikTok;
- Biohack – a obsessão moderna por transformar o corpo numa máquina optimizada, seja com dietas, gelo, suplementos ou gadgets que parecem saídos de ficção científica.
As três foram a votos no Instagram, claro. Onde mais?
Entretanto, outros dicionários fizeram a sua própria rebeldia linguística:
- A Collins preferiu vibe coding (transformar linguagem natural em código usando IA),
- A Cambridge optou por parasocial, aquele amorzinho estranho que sentimos por celebridades que não nos conhecem… mas que tratamos como se fossem vizinhos de porta.
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De uma coisa ninguém duvida: se a língua evolve com a cultura, então rage bait é um espelho perfeito do nosso tempo. E sim, é provável que ao ler isto já tenhas clicado em mais dois títulos irritantes — mas não te preocupes, estás apenas a contribuir para a ciência linguística. E para o tráfego, claro