Há quem diga que o melhor amigo do homem é o cão. Mas e se o cão não puder estar contigo? E se estiveres a viver num T0 minúsculo com alergia ao pêlo e vizinhos que já se queixam só com os teus espirros? A resposta pode estar… nos vídeos de cães. Sim, vídeos. Com cães reais. De terapia. E que acalmam mesmo.
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Uma nova investigação liderada por dois académicos com nomes tão respeitáveis quanto tranquilizadores — John-Tyler Binfet (UBC Okanagan) e Christine Tardif-Williams (Universidade Brock) — veio confirmar o que muitos donos de YouTube já suspeitavam: ver vídeos de cães fofinhos pode reduzir significativamente o stress. E, ao contrário do que acontece com certos reality shows, aqui o cérebro não derrete — relaxa.
O estudo, publicado na revista Human-Animal Interactions, envolveu mais de 900 estudantes e 120 elementos da comunidade que viram um vídeo de cinco minutos com cães de terapia e os seus tratadores. Nada de TikToks editados com filtros ridículos — estamos a falar de conteúdos cuidadosamente pensados, com narração calma, olhares ternurentos e aquele tipo de lambeijos à distância que só os cães sabem dar.
E o resultado? Menos stress. Mais bem-estar. E nenhuma necessidade de aspirar sofás.
Segundo Binfet, responsável pelo programa B.A.R.K. (Building Academic Retention through K9s — sim, até o nome é querido), esta abordagem virtual nasceu da necessidade de levar os benefícios da terapia com cães a mais gente, especialmente durante a pandemia, quando os abraços estavam suspensos e os cães, como toda a gente, estavam presos em casa a olhar pela janela.
A cereja em cima do biscoito? Estas sessões são gratuitas, acessíveis online e não exigem marcação nem contacto humano, o que as torna perfeitas para quem está numa aldeia remota, num escritório stressante ou num estado de negação emocional permanente.
A equipa está agora a planear incorporar práticas de mindfulness e explorar formas de tornar os vídeos ainda mais eficazes. Não é de excluir, no futuro, a criação de playlists de cães terapeutas com nomes como “5 minutos com o Tobias” ou “Respira com a Luna enquanto ela abana a cauda”.
Num mundo onde há apps para meditar, respirar, dormir e até ouvir barulhos de lareiras imaginárias, talvez o que nos faltava mesmo era um cão a olhar-nos com amor… nem que seja pelo ecrã.
