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“Comer Gelados deveria fazer parte do currículo!”

Recentemente, um grupo de especialistas de importantes instituições científicas no Reino Unido sugeriu uma reformulação inovadora do currículo escolar para crianças dos 3 aos 11 anos. A proposta inclui atividades tão diversas como comer gelados, plantar vegetais e amassar massa de pão, com o objetivo de enriquecer o ensino de ciências e reduzir as desigualdades no acesso ao conhecimento científico.

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O Impacto das Experiências Práticas no Ensino

De acordo com o relatório publicado por quatro grandes entidades científicas – a Royal Society of Chemistry, o Institute of Physics, a Royal Society of Biology e a Association for Science Education – as crianças que têm poucas oportunidades de experiências práticas enfrentam desvantagens significativas na aprendizagem de disciplinas como ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). As instituições defendem que incluir experiências práticas no currículo é uma questão de equidade, ajudando a construir uma base sólida de conhecimentos desde cedo.

A ideia central é que estas experiências concretas fornecem às crianças evidências tangíveis para apoiar o desenvolvimento de ideias, preparando-as melhor para o ensino mais abstrato que enfrentarão no ensino secundário. A proposta sugere que, ao envolverem-se em atividades práticas, as crianças se tornam mais confiantes nas suas habilidades científicas, independentemente do seu contexto social ou económico.

Exemplos Práticos e o Papel dos Professores

Entre as atividades sugeridas, destaca-se a ideia de usar gelados para ensinar conceitos de química, como o comportamento da temperatura e as mudanças de estado físico. Aylin Ozkan, especialista em política educacional da Royal Society of Chemistry, destacou que o uso de um simples gelado pode ser um recurso eficaz e acessível para explicar fenómenos científicos complexos, permitindo às crianças desenvolverem confiança científica desde cedo.

Outro exemplo é dado por Charles Tracy, conselheiro sénior de aprendizagem e competências no Institute of Physics, que sublinha a importância de fornecer a todos os alunos experiências científicas genuínas. Segundo Tracy, estas experiências, que atualmente são privilégio de poucos, deveriam ser acessíveis a todas as crianças.

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Lauren McLeod, responsável pela política educacional na Royal Society of Biology, acrescentou que, para muitas crianças, o acesso a jardins ou campos escolares é limitado. Por isso, é crucial que os professores sejam capacitados para integrar o ensino de ciências em atividades quotidianas, de forma a proporcionar uma compreensão mais rica e abrangente do mundo natural.

A Relevância das Ciências na Vida Diária

A proposta também recebeu apoio de líderes sindicais na educação. Sarah Hannafin, responsável pelas políticas no sindicato de líderes escolares NAHT, destacou que o uso de cenários e objetos da vida real pode tornar o ensino de ciências mais envolvente e significativo para os alunos, um objetivo que já é perseguido em muitas escolas, mesmo dentro do currículo atual.

Pepe Di’Iasio, secretário-geral da Association of School and College Leaders (ASCL), reforçou a ideia de que tornar a ciência relevante para as experiências do mundo real das crianças, de uma forma prática e direta, é uma excelente abordagem pedagógica. Segundo ele, muitas escolas primárias já são bastante eficazes na implementação desta metodologia.

A Visão do Governo

Um porta-voz do Departamento de Educação (DfE) indicou que a revisão do currículo e das avaliações irá considerar como garantir que os jovens tenham a oportunidade de aceder a um currículo amplo e equilibrado, bem como adquirir as competências cruciais para o sucesso no local de trabalho e ao longo das suas vidas.

Com esta proposta, as instituições científicas esperam não apenas enriquecer a educação das crianças, mas também democratizar o acesso ao conhecimento científico, tornando-o mais acessível e relevante para todos, independentemente do seu contexto social ou económico.



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