Mark Zuckerberg está, finalmente, a realizar o seu sonho de infância: ver televisão sem precisar… de uma televisão. A Meta apresentou o Horizon TV, uma espécie de “smart TV” virtual, criada para ser usada através dos óculos Meta Quest. Em vez de um ecrã pendurado na parede, tens um universo inteiro colado à cara — literalmente.
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O conceito é simples (ou assustador, depende do ponto de vista): em vez de comprares uma televisão de 500 euros, podes ter uma “app” de 1 euro que cria uma sala virtual com um ecrã gigante, uma manta imaginária e, quem sabe, um cão digital aos teus pés. Zuckerberg já tinha profetizado isto em 2017, quando disse que os óculos de realidade virtual e aumentada iam tornar as televisões tradicionais obsoletas. Oito anos depois, cá está ele a dizer: “Eu avisei.”
O Horizon TV parece-se muito com o ecrã inicial de uma smart TV normal — filas de ícones, sugestões de séries, filmes em destaque — tudo aquilo que já tens na tua televisão… só que dentro de um capacete que te faz parecer um stormtrooper reformado. A interface foi feita para dar uma sensação de familiaridade aos utilizadores menos dados a videojogos, num esforço da Meta para conquistar o público que prefere ver o Yellowstone em vez de caçar zumbis digitais.
Entre os parceiros já confirmados estão a Amazon, Pluto e Peacock, com ícones de YouTube, Spotify e DAZN a marcar presença. Disney+ e ESPN deverão chegar em breve, mas, curiosamente, Netflix, HBO e Hulu estão ausentes — talvez porque não estão prontos para aparecer na “televisão imaginária do Zuck”.
Ainda não é possível alugar filmes ou subscrever serviços diretamente no Horizon TV, mas Sarah Malkin, diretora de conteúdos de entretenimento da Meta Reality Labs, garante que estão a “avaliar possibilidades”. Tradução: estão a ver como podem transformar o teu sofá virtual num novo paraíso de anúncios e microtransações.
Com esta jogada, a Meta quer atrair utilizadores que não se identificam com os jogos de VR e abrir novas formas de rentabilizar o metaverso, que até agora tem andado mais deserto do que uma loja de DVDs. Mas, se o plano resultar, é provável que, no futuro, as guerras do streaming cheguem também à realidade virtual. Ou seja: até dentro do capacete vais continuar a discutir com o teu parceiro sobre o que ver no sábado à noite.
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A televisão do futuro chegou — só não procures o comando, porque ele é virtual também.
Fonte: The Verge
Fonte: The Verge
