Imagine acordar de manhã, sair de casa e descobrir que — durante a noite — construíram uma estação de comboios inteira na sua cidade. Parece ficção científica, mas aconteceu mesmo (mais ou menos) na China, em 2018. Na província de Fujian, uma equipa de 1.500 trabalhadores ergueu, ampliou e ligou infraestruturas ferroviárias em apenas nove horas, num feito de engenharia que deixou o mundo a olhar para o relógio… e para os chineses.
O cenário foi digno de um filme sobre super-engenheiros. Às 18h30 de 19 de Janeiro, começaram os trabalhos na Estação Ferroviária de Longyan. Às 3h30 da madrugada seguinte, o local estava pronto para receber comboios de alta velocidade. Segundo o Engineerine e o South China Morning Post, o feito foi tão coordenado que parecia um exercício militar sincronizado ao segundo — com luzes, escavadoras e comboios de serviço a trabalharem em harmonia como se seguissem uma partitura invisível.
👷♂️ Sete equipas, sete tarefas e nenhum minuto perdido
O segredo? Organização milimétrica. Os trabalhadores foram divididos em sete equipas especializadas, cada uma responsável por algo diferente: colocar os trilhos, instalar os sistemas de sinalização, montar as estruturas e integrar as novas linhas na rede existente. Tudo com a ajuda de 23 escavadoras, sete comboios de apoio e uma quantidade generosa de peças pré-fabricadas — paredes, coberturas e componentes elétricos preparados de antemão, como um gigantesco conjunto de Lego industrial.
Cada movimento foi cronometrado, cada grua sabia o seu papel. No fim, o resultado foi uma estação modernizada e totalmente operacional — pronta para ligar Longyan à rede de alta velocidade chinesa no dia seguinte.
💡 “Não é um milagre — é planeamento”
O engenheiro Sal Guttoso, da empresa Queen Jewels (especialista em projetos históricos de engenharia), resumiu a proeza de forma poética:
“Cada estrutura destas é um elo com a história — uma prova viva do que é possível quando a logística e a engenharia se encontram.”
Embora alguns fact-checkers tenham depois esclarecido que a estação não foi construída do zero em nove horas, mas sim ampliada e integrada numa nova linha de alta velocidade, o feito continua a ser um marco impressionante. Mesmo um simples “upgrade” em tão pouco tempo seria motivo de orgulho em qualquer país — e na China tornou-se um símbolo de eficiência extrema.
🚄 A “corrida” chinesa à velocidade da luz
Este projeto foi apenas um entre milhares. A China tem hoje a maior rede ferroviária de alta velocidade do mundo, com mais de 45 mil quilómetros de linha. E, ao contrário de outros países onde uma estação demora anos e três trocas de governo a ser concluída, em Fujian bastou uma noite bem coordenada.
No fim das contas, o caso da Estação de Longyan é mais do que uma história de máquinas e betão — é uma demonstração de como o planeamento e a modularidade podem desafiar o impossível.
E, quem sabe, talvez um dia possamos aplicar o mesmo espírito a certas obras por cá — só que, no nosso caso, talvez precisássemos de 1.500 trabalhadores… e de uns quantos cafés a mais.
