Imagine comprar um quadro numa venda de garagem por meia dúzia de trocos e descobrir que afinal pode valer milhões. Foi exatamente isso que aconteceu a um negociante de antiguidades amador no Minnesota, nos Estados Unidos. O quadro, adquirido por 50 dólares (cerca de 48 euros), pode ser uma obra autêntica de Vincent van Gogh, com um valor estimado que pode chegar aos 14,5 milhões de euros.
A pintura, intitulada “Elimar”, retrata um pescador a fumar um cachimbo e, segundo os especialistas, terá sido criada em 1889, altura em que Van Gogh estava internado no sanatório psiquiátrico de Saint-Rémy-de-Provence. Foi nesse período que o artista holandês produziu algumas das suas obras mais icónicas, como Noite Estrelada e Amendoeira em Flor.
O nome “Elimar” surge escrito num canto da tela, o que despertou curiosidade entre os especialistas em arte, levando à sua investigação detalhada.
Relatório de 458 Páginas e 20 Especialistas Envolvidos
A empresa LMI Group, sediada em Nova Iorque, comprou posteriormente a pintura por um valor não revelado e, desconfiando que poderia estar perante um verdadeiro tesouro, decidiu encomendar um estudo exaustivo. Foram contratados 20 especialistas, incluindo químicos, curadores de arte e advogados especializados no mercado de arte, que produziram um relatório impressionante com 458 páginas.
As análises preliminares sugerem que os pigmentos e fibras usados na pintura correspondem aos materiais típicos do final do século XIX, reforçando a possibilidade de que a obra seja genuína.
Um Negócio Milionário Escondido Numa Venda de Garagem
A história está a gerar um grande burburinho no mundo da arte. Se for confirmada a autoria, este poderá tornar-se um dos negócios mais lucrativos da história das vendas de garagem.
A descoberta também reabre o debate sobre quantas obras desconhecidas de grandes mestres da pintura podem estar espalhadas pelo mundo, esquecidas em sótãos, lojas de segunda mão ou mesmo penduradas nas casas de quem nem imagina o seu verdadeiro valor.
Entretanto, o comprador original deve estar a perguntar-se: “Por que é que eu não fiquei com aquilo?”.