Aveiro, 18 de junho de 2024 – A Universidade de Aveiro (UA) acaba de lançar um projeto que promete iluminar não só os edifícios, mas também o futuro da sustentabilidade com uma dose de inovação surpreendente. O protótipo desenvolvido é uma janela que, além de capturar a luz solar para alimentar células fotovoltaicas, funciona como um sensor de temperatura. Sim, leu bem, uma janela que faz mais do que apenas deixar entrar a luz do sol e os olhares curiosos dos vizinhos.
Deixem Entrar a Luz (e a Eletricidade)
Sob a batuta da investigadora Rute Ferreira, do Departamento de Física e do CICECO, o projeto PLANETa (não confundir com o planeta propriamente dito, mas poderia!) desenvolveu uma janela que, além de ser transparente, também é extremamente talentosa. Este vidro, coberto com uma camada fina de material transparente, capta a luz solar ultravioleta e converte-a em radiação visível. Esta radiação é então guiada para as extremidades da janela, onde estão escondidas pequenas células fotovoltaicas na caixilharia. É como se a janela tivesse um truque na manga!
Um Protótipo que se Ilumina (Mesmo na Ausência de Sol)
“Esta janela inovadora pretende ser uma forma de integração de dispositivos de geração de energia a partir do Sol em edifícios já existentes ou em construção”, aponta Rute Ferreira. Mas, atenção, não se deixem enganar pelo sol português que nem sempre brilha: a janela também funciona com iluminação LED. Imagine a energia que pode gerar a partir da luz artificial do escritório ou mesmo de um jantar romântico à luz de velas (ou LED, neste caso)!
Mais do que Uma Janela – Um Sensor de Temperatura
Como se não fosse suficiente, esta janela multi-talentosa transforma-se num sensor de temperatura. “Tirando partido da configuração comercial de janelas duplas, podemos em simultâneo medir a temperatura interior e exterior”, explica Rute Ferreira. Então, quando a janela não está ocupada a gerar energia, está a fazer o papel de meteorologista de serviço.
Uma Janela Inteligente para Edifícios Inteligentes
A energia gerada pela janela alimenta um sistema IoT (Internet of Things) capaz de monitorizar a temperatura e disponibilizar esses valores numa plataforma online. O objetivo final? Integrar esses dados no sistema de automação residencial do edifício, promovendo uma maior eficiência energética. É a casa do futuro a tomar forma, com uma janela que praticamente faz tudo – exceto talvez o jantar.
Pensando Fora da Janela: Aplicações Futuristas
Sandra Correia, investigadora do Instituto de Telecomunicações da UA, sonha alto: “A aplicabilidade e versatilidade destes materiais e dispositivos poderá ser testada para aplicações mais visionárias, como é o caso do ambiente aeroespacial”. Quem sabe, talvez em breve vejamos estas janelas em satélites, ajudando a reduzir os custos energéticos espaciais.
Comunicação à Velocidade da Luz
Gonçalo Figueiredo, estudante de Doutoramento do IST e da UA, adianta que estes conversores fotónicos podem ser utilizados como recetores em sistemas de comunicação por luz visível. Adeus Wi-Fi, olá janelas comunicativas! Imagine uma cidade onde as janelas, além de proporcionar vista, também melhoram a conectividade.
Conclusão
O projeto PLANETa da Universidade de Aveiro não só traz inovação tecnológica e sustentabilidade, mas também uma janela para o futuro dos edifícios inteligentes. Quem diria que uma simples janela poderia fazer tanto? Desde gerar eletricidade, medir temperaturas até potencialmente substituir o Wi-Fi, esta janela promete abrir muitas portas para um futuro mais verde e conectado.