Atenção, amantes de tecnologia e apreciadores de momentos embaraçosos: a mais recente sensação viral vinda do Irão envolve dois “robôs humanoides” tão avançados, tão futuristas, tão impressionantes… que respiravam, piscavam, tinham marcas de acne e se mexiam como quem está a tentar imitar um robot no Carnaval de Torres Vedras. Sim, eram literalmente pessoas disfarçadas.
A revelação aconteceu na Kish Inox Tech Expo, onde um homem e uma mulher, trajados com fatos pretos cobertos de zeros e uns (porque nada diz “tecnologia de ponta” como cosplay binário), se apresentaram ao público como máquinas altamente sofisticadas. A plateia ficou maravilhada — pelo menos até surgirem vídeos de alta definição. E aí, meus amigos, o encanto caiu mais depressa do que um robot mal equilibrado numa escada rolante.
As imagens mostram claramente aquilo que qualquer adolescente reconheceria a metros de distância: poros humanos, cicatrizes, pestanejar, respiração e movimentos tão pouco robóticos que fariam o R2-D2 chorar de vergonha. Nada de sensores, nada de servo-motores, nada de algoritmos — apenas dois actores a fazer tudo por tudo para parecerem mecânicos… sem grande sucesso.
A estrela do embuste foi a “Miss Data”, que apresentou a sua biografia de robot dizendo que vive no “espaço blockchain” (o que quer que isso signifique fora de palestras motivacionais de criptomoedas) e explicando que ela e o seu “colega robot” são “um conjunto de dados que trabalha em código partilhado”. Poético, mas nem por isso convincente.
Como se esperava, a internet fez aquilo que a internet faz melhor: rir, gozar e transformar o momento num meme global. Mas a parte realmente divertida é a reacção oficial.
Segundo o site iraniano Zoomit, quando perguntaram a Hossein Afshin, responsável pelo sector de ciência e tecnologia no Irão, o que se passava, este fez o equivalente político a levantar as mãos e dizer: “Olhem, isto não é comigo.”
Afshin esclareceu que tudo foi ideia de uma empresa privada que decidiu que a melhor forma de promocionar o seu trabalho era… fingir que tinha criado robots. “Não temos nada a ver com isto”, garantiu, acrescentando que a empresa terá agora de “assumir a responsabilidade”.
E aqui estamos, perante mais um episódio da longa saga “Tech Expo Enganada por Pessoas em Fato de Robot”, embora este capítulo fique claramente na categoria “dos piores de sempre”. Até os robots falsos apresentados na China há uns anos pareciam mais credíveis — e houve um caso famoso em que uma empresa teve de cortar o fato do robot para provar que não havia um humano lá dentro. Agora no Irão, nem foi preciso cortar nada: bastava olhar.
Moral da história? Se quiser fingir que criou um robot, ao menos invista num bom fato e num actor que saiba imitar um GIF animado. Ou então… não finja.