Se alguma vez sonhou com o glamour de Wimbledon – morangos com chantilly, aplausos educados, e multidões britânicas mais compostas do que um chá das cinco – prepare-se para rever as suas ideias. No meio de serviços canhão e voleios acrobáticos, o público do court central provou que também sabe… vaiar. E quem foi o alvo? A irmã do tenista americano Ben Shelton. Motivo? Ela trabalha para o Morgan Stanley. Verdade. Não é piada.
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Durante a sua entrevista em campo, logo após uma vitória convincente por 6-3, 7-6, 6-2 frente a Marton Fucsovics, Ben Shelton decidiu partilhar um momento fofinho e familiar. Agradeceu à família pelo apoio constante – o pai, ex-tenista ATP, a mãe, a namorada (que é nada mais nada menos que a estrela de futebol dos EUA, Trinity Rodman), e claro, a irmã Emma, que esteve presente em todos os jogos.
Até aqui, tudo mel. Mas foi quando o jovem de 22 anos revelou que Emma ia ter de regressar aos Estados Unidos porque “tem de voltar ao trabalho na segunda-feira… trabalha no Morgan Stanley” – que o público, subitamente, transformou-se num misto de júri popular e plateia do Roast do Comedy Central. Uma sonora vaia ecoou no sagrado No1 Court.
Emma, coitada, estava nas bancadas, riu-se nervosamente e escondeu a cara nas mãos. Já o irmão, desconcertado, respondeu com espírito:
“Eh lá! Vá lá! Ela trabalha no Morgan Stanley, portanto se alguém aí tiver contactos, arranjem-lhe mais uns dias de folga para poder continuar cá. Era óptimo!”
Mas afinal… porque vaiaram?
Não é segredo que instituições financeiras como o Morgan Stanley não gozam da maior simpatia junto do público. Ainda por cima em tempos em que o comum mortal anda a contar cêntimos para comprar bilhetes para o metro, saber que alguém vai deixar Wimbledon porque tem de regressar a um emprego confortável num banco de investimento… digamos que não gera muita empatia.
Ou talvez tenha sido apenas humor britânico. Uma vaia com sotaque e sarcasmo. No fundo, uma forma muito inglesa de dizer: “A sério? Estás em Wimbledon e vais trocar isto por folhas de Excel?”
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Seja como for, Emma já é oficialmente a primeira pessoa a ser vaiada em Wimbledon por ter um emprego normal. Um feito digno de registo.
