Antes de ser o eterno escuteiro do espaço, o bonitão que salva gatinhos de árvores e nunca diz um palavrão, o nosso amigo Superman era… um verdadeiro delinquente com superpoderes. Sim, é verdade: o Super-Homem original dava murros em políticos corruptos, aterrorizava patrões gananciosos e mandava valentões pela janela fora. Era o Che Guevara de Krypton, versão collants.
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E tudo isto aconteceu muito antes de os filmes do Zack Snyder começarem a tentar convencernos de que o homem de aço precisava de terapia e luz natural.
Super-Macron, versão de 1938
O ano era 1938. Jerry Siegel e Joe Shuster, dois jovens judeus americanos em plena Grande Depressão, estavam fartos de ver o mundo a arder enquanto os poderosos se safavam com tudo. Vai daí, criaram o Superman como uma espécie de justiceiro de esquerda radical com gosto por socos bem aplicados. Na sua estreia, o Super-Homem não lutava contra monstros de três cabeças nem contra Lex Luthor. Lutava contra… um director de orfanato maldoso e um magnata das minas que explorava trabalhadores. Épico.
“Ele era basicamente um socialista violento”, diz o historiador Paul Hirsch. Não sabemos se usava foice e martelo na capa, mas pendurava maus da fita da janela e partia relógios com a mesma facilidade com que hoje se bloqueia um influencer no Instagram.
As Aventuras de um Super-Protestante
Em vez de salvar o mundo de invasores espaciais, o Super-Homem dos primórdios demolia bairros de lata para obrigar as autoridades a construir habitação decente. Raptava políticos que não aplicavam leis de trânsito e destruía fábricas de carros mal construídos. Seria hoje preso por vandalismo e atentado à propriedade privada? Provavelmente. Mas tinha estilo.
Da Revolução ao Merchandising
Claro que esta fase durou pouco. Quando a DC percebeu que podia vender pijamas do Superman, almofadas e até cereais com o seu rosto, a rebeldia foi ao ar. Um herói que ameaça estrangular vilões com barras de ferro não é muito family-friendly, convenhamos. E depois veio a guerra. E a censura. E os Comics Code dos anos 50. Superman transformou-se no “boy scout” azul dos tempos modernos, mais preocupado com aliens e com esconder a identidade da Lois Lane do que com injustiças sociais.

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Mas Pode Estar de Volta…
Com o novo filme de James Gunn a chegar, interpretado por David Corenswet, há quem diga que o espírito rebelde do Super pode voltar. Será? Só esperamos que, desta vez, se lembre de trazer de volta os murros aos corruptos, mas mantenha os calções vermelhos onde pertencem: no fundo da gaveta.
