A Rússia apresentou o seu primeiro robô humanoide com Inteligência Artificial, e o mundo recebeu… uma queda épica digna de final de novela. Foi na passada segunda-feira, no Yarovit Hall Congress Center, em Moscovo, que o muito aguardado robô da startup Aidol entrou em palco com a confiança de quem vai revolucionar a tecnologia — e saiu ao colo, coberto por um pano preto, como um móvel antigo a caminho da arrecadação.
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O pobre androide, supostamente um marco do orgulho tecnológico russo e composto em 77% por componentes nacionais, mal teve tempo de mostrar serviço. Deu uns passos hesitantes, levantou um braço para acenar ao público e… zás! Cara no chão, direito a um mergulho de que nem os trapezistas do circo conseguiriam recuperar com dignidade. Os dois assistentes que o acompanhavam tentaram animá-lo e pô-lo de pé, mas rapidamente perceberam que aquele dia não era para acrobacias robóticas. Resultado: taparam o desgraçado com um pano negro e retiraram-no discretamente, enquanto o auditório tentava decidir se devia rir, chorar ou ligar à assistência técnica.
O CEO da empresa, Vladimir Vitukhin, procurou salvar a situação com a clássica frase de motivação empresarial — “Espero que este erro seja uma aprendizagem” — mas o estrago já estava feito. A promessa de uma demonstração de manipulação de objectos, movimentos elegantes e comunicação natural com IA offline transformou-se num vídeo viral que fez o mundo inteiro perguntar se alguém não se tinha esquecido de apertar um parafuso.
O mais irónico é que esta não é a primeira vez que a Rússia tem um encontro imediato com um fiasco robótico. Em 2018, num fórum científico em Yaroslavl, os visitantes foram apresentados a “Boris”, um alegado robô super-avançado… que acabou por se revelar apenas um tipo dentro de um fato metálico. Parece que há tradições que não mudam.
Mas dê-se algum crédito ao valente Aldol — depois de um breve intervalo de humilhação, lá voltou ao palco e desta vez conseguiu manter-se de pé. Ainda que trémulo como uma cria de veado recém-nascida, aguentou o suficiente para aplaudirem (ou suspirarem de alívio). Entretanto, as redes sociais russas fizeram o resto: memes, montagens e manchetes internacionais em tempo recorde.
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Se este é o futuro da robótica russa, talvez seja melhor garantir que todos os robôs venham equipados de série com joelheiras, capacete e, já agora, um seguro de quedas. O progresso anda para a frente… mas às vezes tropeça pelo caminho.
