Há quem mude de visual quando entra num novo ano. Outros mudam de trabalho, de casa, de atitude… E depois há este senhor russo, provavelmente campeão mundial do “não me apanham, não me apanham”, que decidiu mudar o nome inteiro todos os anos apenas para fugir à pensão de alimentos. Primeiro nome, apelido e até o patronímico — tudo ao ar, como quem limpa cookies no navegador. Infelizmente para ele, a vida real tem menos “modo incógnito” do que julgava.
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A história foi revelada por Roman Korenev, responsável pelo serviço de cobrança de pensões em Tyumen, e não faltava mais nada para lhe cair nas mãos algo assim. Segundo o responsável, o homem apresentava-se anualmente ao registo civil como quem vai trocar uma lâmpada: “Bom dia, hoje queria ser outra pessoa.” Um ano depois, puff!, voltava ao nome original para repetir a genialidade. Na cabeça dele, isto era como carregar no botão reset da dívida. Para os bailiffs, era só terça-feira.
A estratégia, claro, não deu em nada. Porquê? Porque, ao contrário do que este artista pensava, quando alguém muda de nome na Rússia (e praticamente em qualquer país civilizado), o registo civil avisa automaticamente os serviços de execução. Ou seja: enquanto ele enchia a papelada anual, o sistema dizia “Olá outra vez! Sabemos exactamente quem és, meu caro criativo”. Zero efeito, zero reset, zero desculpas — apenas um histórico de más decisões digno de documentário.
Mas calma, porque a galeria de evasões locais não termina aqui. Os bailiffs contaram também o caso de um homem que fingiu ter agorafobia para impedir que entrassem em casa. O problema? Tinha duas casas. Uma delas até em processo de penhora. A imaginação para fugir às responsabilidades parece ter subido na região como um novo desporto radical.
Voltando ao nosso “camaleão nominal”: se isto não é dedicação extrema a evitar a parentalidade financeira, não sei o que será. Cada ano com um novo nome — e provavelmente com uma nova fotografia tipo passaporte onde, imagino, tentaria parecer “irreconhecível”. A certa altura, devia já estar a ficar sem ideias. Depois de Vladimirs, Sergueis, Ivans e Anatolys, talvez avançasse para algo mais ousado tipo Max Power ou Oleg McLovin.
O mais triste no meio da comédia? A pensão é para uma criança. Uma criança que nada tem a ver com o circo administrativo que o progenitor montou durante anos. E enquanto ele afinava o “plano perfeito” todos os Janeiro, quem precisava do dinheiro continuava à espera. Se existe troféu para “Pior Ideia Para Evitar Ser Responsável”, este senhor não só o ganhava como regressava ao ano seguinte com outro nome a reclamar o prémio.
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Moral da história: se está a pensar evitar dívidas com truques de espionagem de meia tigela, inspire-se menos neste senhor e mais em… pagar o que deve. É mais rápido, menos trabalhoso e, acima de tudo, mais digno. E poupa visitas ao conservatório do registo civil, que já devem ter saudades.