Mundo Loco!

Cientistas Descobrem Múmias de 7.000 Anos no Saara que Não Partilham ADN com os Humanos Modernos

Quando pensamos no Saara, vem-nos logo à cabeça uma imensidão de areia, camelos teimosos e calor capaz de fritar um ovo no capô de um carro. Mas nem sempre foi assim. Há milhares de anos, esta vasta região era verde, fértil e cheia de vida — tão idílica que até parece mentira. E foi precisamente neste cenário de “Saara tropical” que apareceram duas múmias com um segredo genético surpreendente.

ver também: Cliente Incendeia Café em Sevilha por Falta de Maionese… e Hellmann’s Vem em Socorro!

As protagonistas desta história são duas pastoras neolíticas que viveram há cerca de 7.000 anos no abrigo rochoso de Takarkori, no actual sudoeste da Líbia. Conservadas de forma natural pelo tempo e pelo clima, estas múmias foram agora analisadas por uma equipa liderada pela arqueogeneticista Nada Salem, do Instituto Max Planck. E o resultado deixou os cientistas de sobrancelha levantada: o ADN delas não bate certo com o que seria esperado de populações subsaarianas da época.

Em vez disso, as análises revelaram uma linhagem genética desconhecida no Norte de África, que se terá separado das populações subsaarianas muito cedo — praticamente ao mesmo tempo que os humanos modernos se espalharam para fora de África. Durante milhares de anos, esta população manteve-se isolada, vivendo como que numa bolha genética.

Os Takarkori estão mais próximos dos caçadores-recolectores da Gruta de Taforalt, em Marrocos, datados de há 15.000 anos, do que dos povos vizinhos a sul. Curiosamente, apresentavam uma quantidade de ADN Neandertal dez vezes inferior à dos Taforalt, mas ainda assim mais elevada do que a de outros grupos subsaarianos da mesma altura. Como se não bastasse, há também indícios de mistura com agricultores do Levante, o que torna o puzzle genético ainda mais intrigante.

O que é que isto significa? Que o “Saara Verde” não era uma grande autoestrada populacional como se pensava. Ao contrário da ideia de que as práticas agrícolas se espalharam graças a migrações massivas, parece que a pastoralismo chegou por difusão cultural: ideias e técnicas a passarem de vizinho para vizinho, mas sem grandes misturas de sangue.

Os ancestrais dos Takarkori terão sido caçadores-recolectores engenhosos, que já fabricavam cerâmica, cestos e ferramentas de madeira e osso, ficando em locais fixos durante mais tempo do que era habitual. O isolamento terá sido favorecido pela diversidade do ambiente: lagos, pântanos, florestas, savanas e montanhas — um mosaico natural que funcionava como barreira às interacções humanas.

ver também : Não sabe que nome dar ao seu bebé? A IKEA ajuda

A descoberta destas múmias acrescenta uma nova peça ao gigantesco puzzle da pré-história africana. E deixa a promessa de que, algures debaixo das areias do Saara, ainda podem estar escondidos mais segredos à espera de virem à tona — talvez outras múmias, ou artefactos que contem como era viver num deserto… que afinal era um jardim.

Fonte: Nature / via People



Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Topo
$(".comment-click-4599").on("click", function(){ $(".com-click-id-4599").show(); $(".disqus-thread-4599").show(); $(".com-but-4599").hide(); }); // The slider being synced must be initialized first $('.post-gallery-bot').flexslider({ animation: "slide", controlNav: false, animationLoop: true, slideshow: false, itemWidth: 80, itemMargin: 10, asNavFor: '.post-gallery-top' }); $('.post-gallery-top').flexslider({ animation: "fade", controlNav: false, animationLoop: true, slideshow: false, prevText: "<", nextText: ">", sync: ".post-gallery-bot" }); });