Há quem diga que os super-heróis usam capas. Outros preferem pensar que andam de bata branca. Mas, no subúrbio de Paris, junto ao aeroporto Charles de Gaulle, há uma mulher com luvas de tatuadora, uma voz tranquila e um nome invulgar nas redes sociais: Miss Nipples. E ela está a mudar vidas, um mamilo de cada vez.
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Alexia Cassar não começou neste mundo com uma máquina de tatuar na mão. Na verdade, começou nos laboratórios, como bióloga. Dedicou-se à investigação em oncologia e ao desenvolvimento de medicamentos inovadores. Mas foi em 2013, quando o seu filho mais novo foi diagnosticado com leucemia mieloblástica, que o cancro deixou de ser apenas ciência para passar a ser experiência de vida. E com isso, nasceu um novo propósito.
Hoje, Alexia é uma das maiores especialistas mundiais em tatuagem de mamilos e aréolas em 3D. O seu estúdio, discreto mas repleto de histórias poderosas, é frequentado por mulheres que enfrentaram a mastectomia como consequência do cancro da mama — e que procuram mais do que estética: procuram dignidade, identidade, feminilidade.
A técnica de Alexia é tão meticulosa e realista que até cirurgiões plásticos começaram a recomendá-la às suas pacientes. Não se trata de uma flor ou uma borboleta no ombro — trata-se de desenhar algo que foi retirado à força pela doença. Algo que muitos consideram parte essencial da sua imagem corporal.
“Permitiu-me virar a página e pôr um ponto final na apropriação da minha feminilidade”, diz Aurélie, 41 anos, que aos 37 enfrentou um tumor da mama. Graças ao trabalho de Alexia, voltou a olhar-se ao espelho — não como doente, mas como mulher inteira.
Até agora, Alexia já tatuou mais de 60 mulheres. E em alguns casos, o sistema nacional de saúde francês tem vindo a reembolsar parte (ou a totalidade) do procedimento, reconhecendo os benefícios psicológicos profundos que este trabalho tem.


Hoje, Miss Nipples não só tatua como também discursa em congressos médicos lado a lado com cirurgiões e cientistas, a explicar como a arte pode — e deve — ter um lugar na medicina.
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É difícil imaginar algo mais nobre do que devolver esperança com tinta e agulha. E no caso de Alexia Cassar, a arte imita a vida… mas também cura as suas cicatrizes.
