Marselha, uma cidade já conhecida pela sua rica história e cultura vibrante, torna-se agora palco de uma das exposições mais peculiares e ousadas dos últimos tempos. No Museu das Civilizações Europeias e Mediterrâneas, os visitantes têm a oportunidade de explorar a exposição “Paraísos Naturistas” de uma forma pouco convencional: sem roupa, mas obrigatoriamente calçados.
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Esta experiência, que acontece apenas uma vez por mês, foi organizada em resposta a um pedido específico da Federação Francesa de Naturismo (FFN), com o objetivo de proporcionar uma visita guiada única e imersiva. Eric Stefanut, membro da FFN e co-anfitrião da visita, explicou que esta abordagem visa evitar potenciais problemas e oferecer aos naturistas uma oportunidade de apreciarem a arte num ambiente que celebra a liberdade do corpo.
A exposição reúne um vasto conjunto de obras de arte e artefatos, incluindo fotografias, desenhos, livros, filmes, revistas, pinturas e esculturas, todos eles emprestados por prestigiadas instituições como o Centro Pompidou, o Louvre, e a Biblioteca Nacional Suíça. Entre as peças em destaque estão as fotografias de Christiane Lecocq, que deixaram muitos visitantes impressionados pela sua beleza e profundidade.
O evento atraiu um público diversificado, desde aqueles que procuram algo diferente para celebrar ocasiões especiais, como Julie Guegnolle, que decidiu celebrar o seu aniversário de uma forma verdadeiramente única, até turistas internacionais curiosos, como os ingleses Kieren Parker-Hall e Xander Parry, que encontraram na exposição uma experiência que não poderiam viver em casa.
A cidade de Marselha tem uma longa ligação com o movimento naturista, sendo um dos locais chave para o desenvolvimento deste estilo de vida em França. No início do século XX, práticas naturistas começaram a ser introduzidas na região como uma forma de tratamento para crianças com tuberculose, graças ao abade Urbain Legré. Estas práticas foram tão bem recebidas que levaram à criação das primeiras associações naturistas em França, consolidando Marselha como um importante centro para esta cultura.
Para aqueles que preferem manter as suas roupas, a exposição também está aberta em horários normais, permitindo que todos possam apreciar as obras expostas. No entanto, para os naturistas, estas visitas mensais representam uma rara e especial oportunidade de vivenciar a arte de uma forma verdadeiramente libertadora e diferente do habitual.
A exposição “Paraísos Naturistas” estará patente até ao dia 9 de dezembro, e promete continuar a atrair visitantes interessados em explorar a relação entre arte, corpo e liberdade.
