No Kiddin'

A Lenda da Sopa de Pedra

Era uma vez, num vilarejo onde até as galinhas faziam terapia de grupo para discutir sua existência no galinheiro, um astuto viajante chegou carregando apenas uma mochila e uma pedra. Ah, essa pedra, meus amigos! Tão comum que até uma rocha se sentiria insultada ao ser comparada com ela.

O viajante estava faminto, mas como todo bom estrategista, ele sabia que o segredo do sucesso era o timing. Aproximou-se de uma casa, onde uma senhora olhava desconfiada para o estrangeiro. “Boa tarde, senhora. Poderia me oferecer alguns ingredientes para fazer uma sopa deliciosa?”

A senhora, cuja expressão facial já era um poema épico de desconfiança, replicou: “Você acha que tenho cara de restaurante? Aqui não tem comida grátis.”

O viajante, sem perder a compostura, disse: “Entendo, mas o que eu tenho aqui é algo muito especial: uma pedra mágica que faz a sopa mais deliciosa do mundo.”

“A pedra faz o quê? Fala também?”, ironizou a senhora.

“Só se você cozinhar direito,” respondeu o viajante, mantendo a seriedade. “Só preciso de uma panela com água para mostrar como funciona.”

Curiosa e incrédula, a mulher decidiu entrar na brincadeira. Colocou uma panela de água para ferver e observou o viajante colocar a pedra dentro.

“Ah, está começando a cheirar bem”, disse o viajante, inspirando profundamente. “Mas, sabe, um pouco de sal tornaria a sopa perfeita.”

“A pedra mágica não vem com sal embutido?”, a senhora zombou, mas pegou o sal.

“Ah, agora sim”, exclamou o viajante. “Mas talvez um pouco de batata e cenoura seria ideal para liberar todo o potencial da pedra.”

A senhora rolou os olhos, mas sua curiosidade superou o ceticismo. Pegou algumas batatas e cenouras.

E assim continuou. “Uma pitada de carne…”, “Ah, talvez um pouco de alho…” A cada nova sugestão, a senhora ia pegando ingredientes até que a “sopa da pedra” estivesse completa. E, milagre dos milagres, estava realmente deliciosa.

Quando terminaram de comer, a senhora disse: “Essa pedra realmente é mágica!”

“Claro que é,” disse o viajante, pegando a pedra da panela e guardando-a em sua mochila. “Mas ela só funciona quando as pessoas colaboram.”

E então, com a barriga cheia e a pedra de volta à sua mochila, o viajante seguiu seu caminho, pronto para o próximo vilarejo onde certamente alguém precisaria aprender o poder da cooperação, ou simplesmente ser enganado por uma pedra muito comum e um viajante muito esperto.

E foi assim que a pedra mágica e seu portador continuaram sua jornada, coletando ingredientes, amigos e algumas risadas ao longo do caminho. Fim!



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